SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Justificativa:
Uma Sequência Didática desafia o aluno a analisar e refletir sobre o sistema da
linguagem escrita, visando ampliar ou transformar suas hipóteses iniciais,
favorecendo assim o seu aprendizado de leitura e de escrita. O desenvolvimento
da sequência didática a partir de um texto inclui uma série de ações
indispensáveis ao propósito de ampliar os conhecimentos de leitor sobre o tema
abordado. Nas atividades, além de os alunos precisarem colocar em jogo
estratégias para compreender o que leem, também poderão apreciar o texto sob
diferentes aspectos, onde terão a oportunidade de desenvolver seus
comportamentos de leitores e de participar de diversas situações de leitura
assumindo gradualmente, maior controle sobre a leitura e o registro das
informações.
Objetivo:
Interpretar textos de acordo com o tema e as características estruturais do
gênero ao qual pertence. Inferir informações subjacentes aos conteúdos
explicitados no texto. Realizar análise linguística, considerando sua
importância na leitura e escrita do gênero. Reconhecer os vários
tipos de coesão que permitem a progressão discursiva do texto.
Público-alvo:
8ª série - 9º Ano
Tempo: 8 a 10 aulas
TEXTO: PAUSA - MOACYR SCLIAR
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
- Antecipação, levantamento de hipóteses e inferências.
HABILIDADES
- Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto;
- Expectativas em função do suporte e da capa.
ATIVIDADES
a. Ao observar a capa do portador do qual foi extraído o
conto PAUSA, levante hipóteses/sugestões sobre a mesma.
b. O que o título do texto sugere?
c. Qual o significado da palavra PAUSA para você?
d. Você já ouviu falar sobre o autor da obra? Comente.
SEGUNDA PARTE DO TEXTO
QUARTA PARTE DO TEXTO
Chinelos, vaso, descarga. Pia,
sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme
para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata,
paletó carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de
cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule,
talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona,
cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, bloco de
notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas,
quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo.
Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos,
bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras,
esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetor
de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.
Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres,
garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de
dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel,
cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e
papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone,
caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo,
papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata.
Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos.
Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor,
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras,
camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos. Vaso, descarga, pia,
água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
d. No trecho: “Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado...”. O que significa a expressão destacada?
2. DURANTE A LEITURA
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
- O texto será dividido em quatro partes e a leitura será
feita pausadamente e em voz alta pelo professor.
HABILIDADES
- Construção do sentido global do texto;
- Localização ou construção do tema;
- Identificação do leitor virtual a partir das pistas
linguísticas;
- Busca de informações complementares em textos de apoio
subordinados ao texto principal ou por meio de consulta a enciclopédias,
internet e outras fontes;
- Esclarecimentos de palavras desconhecidas a partir de
inferências ou de consulta a dicionário;
- Identificar referências a outros textos, buscando
informações adicionais se necessário;
- Identificar os tipos de discurso presentes no texto.
PRIMEIRA PARTE DO TEXTO
Às sete horas o
despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a
barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha,
preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
— Vais sair de
novo, Samuel?
Fez que sim com a
cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram
espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra
azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os
domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito
trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os
sanduíches:
— Por que não
vens almoçar?
— Já te disse;
muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a
axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:
— Volto de noite.
ATIVIDADES
a. Após a leitura do 1º e do 2º parágrafos, o que você pode
inferir sobre o tema do texto?
b. O que você entende sobre a expressão “Vais sair de novo”?
Ela é comum nos dias atuais?
c. Podemos afirmar que os nove primeiros parágrafos fazem
parte da introdução do conto. Justifique.
d. Que tipo de discurso predomina na 1ª parte do texto?
e. Qual é o foco narrativo?
f. Como você entende a expressão “máscara escura”?
g. O que é plágio? Você sabia que o autor do livro que
inspirou o filme “As Aventuras de Pi” está sendo acusado de plagiar o livro de
Moacyr Scliar “Max e os Felinos”?
SEGUNDA PARTE DO TEXTO
As ruas ainda
estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava
vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças
atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de
sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.
Olhou para os
lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão,
acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o
gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:
- Ah! seu
Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
- Estou com
pressa, seu Raul - atalhou Samuel.
- Está bem, não
vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.
Samuel subiu
quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas
mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:
- Aqui, meu bem!
- uma gritou, e riu; um cacarejo curto.
ATIVIDADES
a. Além do discurso direto, há também o indireto. Localize
um exemplo no texto.
b. O que você acha que a personagem principal foi fazer no
hotel? Justifique.
c. A que classe social pertence o protagonista do texto?
Justifique com palavras do texto.
d. “- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom
este, não é? A gente...”, o que sugere o emprego das reticências nessa frase?
TERCEIRA PARTE DO TEXTO
Ofegante, Samuel
entrou no quarto e fechou a porta à chave. Era um aposento pequeno: uma
cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia
d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do
bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de
cabeceira.
Puxou a colcha e
examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e
os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama,
comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho,
deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia.
Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os
jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol
filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia;
sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio
montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa,
nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e
resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas.
Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com
a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente:
ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
ATIVIDADES
a. Em qual tempo verbal estão empregados os verbos:
“fechou”, “examinou”, “filtrou-se”, “sentiu”?
b. Explique o sonho de Samuel?
c. Qual a relação do sonho de Samuel com o título do texto?
QUARTA PARTE DO TEXTO
Às sete horas o
despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se.
Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma
revista.
- Já vai, seu
Isidoro?
- Já - disse Samuel, entregando a chave.
Pagou, conferiu o troco em silêncio.
- Até domingo que
vem seu Isidoro - disse o gerente.
- Não sei se
virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; anoite caía.
- O senhor diz
isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo do cais,
guiava lentamente. Parou um instante,
ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado.
Depois, seguiu. Para casa.
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ATIVIDADES
a. Quanto tempo parece ter durado a narrativa do conto?
Justifique.
b. Como podemos interpretar a rotina do personagem principal
aos domingos?
c. Quem é Isidoro?
d. Na frase: “Vestiu-se rapidamente e saiu.”, a qual classe
gramatical pertence a palavra destacada?
e. “- O senhor diz isto, mas volta sempre”, por que a
necessidade dessas idas ao hotel às escondidas da mulher?
3. DEPOIS DA LEITURA
HABILIDADES
- Construção da síntese semântica do texto;
- Utilização, em função da finalidade da leitura, do
registro escrito para melhor compreensão;
- Avaliação crítica do texto
ATIVIDADES
a. Suas hipóteses com relação ao tema do texto foram
confirmadas?
b. A qual gênero textual pertence o texto lido? Apresente
três características que justifiquem sua resposta.
c. O que é intertextualidade? Você consegue perceber a intertextualidade entre o vídeo “circuito fechado” e o texto “Pausa”? Comente.
c. O que é intertextualidade? Você consegue perceber a intertextualidade entre o vídeo “circuito fechado” e o texto “Pausa”? Comente.
d. No trecho: “Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado...”. O que significa a expressão destacada?
e. Que relação existe entre a “máscara” da capa do livro com
a “máscara” social do conto lido?
f. Você percebe a intertextualidade entre a música
“Cotidiano” e o texto lido? Você acha que é necessário quebrar a rotina para se
ter uma vida mais saudável? Justifique.
g. Apresentação do filme Click. Que efeito tem as
pausas no filme? Você gostaria de ter um controle universal para
controlar todos ao seu redor? Justifique sua resposta.
- https://www.youtube.com/ - vídeos
- Currículo do Estado de São Paulo
- Caderno do professor - 9º ano
PRODUÇÃO TEXTUAL
- A partir do vídeo “Circuito Fechado” redija um conto em 1ª
ou 3ª pessoa.
Referência Bibliográfica
- www.google.com.br - imagensReferência Bibliográfica
- https://www.youtube.com/ - vídeos
- Currículo do Estado de São Paulo
- Caderno do professor - 9º ano
- RAMOS, Ricardo. Circuito fechado. In: LADEIRA, Julieta de
Godoy (org). Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna 1994.
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